02/03/2015 16h35
Cientistas investem no tratamento de uma das maiores epidemias do s?culo
<p>
Como parte da série Ciência 24h, a equipe da diretoria de Comunicação conversou com a pesquisadora da faculdade de Medicina, Hélady Sanders Pinheiro, que se dedica a pesquisar uma das doenças mais epidêmicas do século, a doença renal crônica (DRC).</p>
<p>
A equipe orientada por Hélady estuda métodos de tratamento da DRC, que consiste na perda progressiva da função dos rins e é considerada uma das maiores epidemias do século. “É uma doença muito grave, cuja incidência e prevalência vem aumentando muito nos últimos anos”, aponta a pesquisadora. “Em nossas duas principais pesquisas, estudamos o tratamento de alterações ósseas, que são resultantes de complicações da DRC.”</p>
<p>
“Recentemente, vários estudos mostraram a relação entre as complicações cardiovasculares, como as calcificações vasculares e a hipertrofia cardíaca, com outra manifestação da DRC: o distúrbio mineral ósseo”, explica Bárbara Castro, estudante de mestrado membro da equipe. “No laboratório, estudamos aspectos desta relação pensando em estratégias a serem aplicadas em pacientes.” Hélady também discorre sobre o destaque deste tipo de estudo. “É uma área de tratamento muito pouco estudada. Ainda não existem terapêuticas eficientes, e por isso a importância da repercussão de uso em pacientes.”</p>
<p>
Um dos projetos de pesquisa, feito em parceria com a Universidade Federal de Itajaí, é voltado para a resolução de uma problemática atual: a de que os medicamentos para redução de fósforo em pacientes com DRC são pouco eficientes ou detentores de efeitos colaterais que limitam seu uso. A diminuição da sobrecarga de fósforo no sangue é importante, uma vez que a concentração do mesmo pode ocasionar perda de massa óssea e calcificação de vasos sanguíneos. Uma das formas de avaliar os resultados da pesquisa é, por exemplo, através da observação de Raios X dos animais.</p>
<p align="center">
“Recentemente, um polímero à base do composto Quitosana mostrou, em animais normais, a capacidade de se ligar ao fósforo ingerido e eliminá-lo nas fezes”, esclarece Bárbara. “Já conseguimos observar que esse processo consegue reduzir o fósforo dos animais com DRC. Estamos avaliando como foi o desenvolvimento ósseo e acreditamos que o polímero seja capaz de prevenir a calcificação vascular.”</p>
<p>
Já o segundo projeto estuda o melhor modelo animal para avaliar o impacto da DRC sobre a perda de uma substância chamada Klotho, que é reduzida em consequência da doença. Essa substância tem relação com o metabolismo ósseo e com alterações que afetam o coração do paciente. A pesquisa avalia as variações cardíacas usando dois modelos experimentais.</p>
<p>
Pacientes hipertensos e diabéticos figuram entre os grupos de pessoas mais suscetíveis à doença. Outros fatores como histórico familiar, obesidade, tabagismo, alto consumo de proteína animal e sal na dieta alimentícia também prejudicam o funcionamento dos rins no corpo humano, podendo levar à DRC. “Ela é caracterizada pela diminuição progressiva da função renal e, em consequência, surgem complicações; as relacionadas ao sistema cardiovascular, uma das mais importantes, são responsáveis pela maior parte das mortes nestes pacientes com DRC”, elucida Bárbara.</p>
<p>
<strong>Incentivo à pesquisa científica</strong></p>
<p>
Há 13 anos na UFJF e presente no CBR há mais de uma década, a professora Hélady Sanders Pinheiro assegura que o maior atrativo do Centro é a qualidade dos trabalhos desenvolvidos nele. “É uma estrutura com excelência de pesquisa, onde é possível exercer essa atividade com muita qualidade; essa foi a principal razão que me juntei ao CBR e permaneci aqui”, assegura. “Houve um grande desenvolvimento que possibilitou trazer mais e novas áreas de pesquisa, o que nos ajudou a progredir cada vez mais.”</p>
<p>
“O diferencial da pesquisa experimental é que, nela, se ganha também uma forma de se pensar, é muito mais fácil desenvolver um pensamento e metodologia científica”, argumenta Hélady. “O que eu busco para os meus alunos na Iniciação Científica é que eles aprendam além da técnica. A riqueza do caminho, o desenvolvimento do seu pensamento crítico, é o que você ganha nesta área.”</p>
<p>
Outras informações:</p>
<p>
<a href="http://www.ufjf.br/secom/2015/03/02/cientistas-investem-no-tratamento-de-uma-das-maiores-epidemias-do-seculo/www.ufjf.br/cbr" target="_blank">Centro de Biologia da Reprodução</a> : (32) 2102-3251 / 2102-3255</p>
<p>
Fonte:UFJF comunicação/Fotos:Stefânia Sangi/divulgação</p>