Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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22/12/2014 18h27

Teste da linguinha passa a ser obrigat?rio em todo o pa?s

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<p> A partir desta semana, entra em vigor a lei 13.002/2014, que torna o teste da linguinha obrigat&oacute;rio em todo o pa&iacute;s. Ap&oacute;s san&ccedil;&atilde;o do projeto em junho pela presidenta Dilma, hospitais e maternidades p&uacute;blicos e particulares tiveram 180 dias para se adaptarem &agrave; nova regra.</p> <p> O objetivo do teste &eacute; verificar se existe alguma altera&ccedil;&atilde;o do fr&ecirc;nulo, tamb&eacute;m conhecido como &ldquo;freio&rdquo;, que &eacute; aquela membrana que une a l&iacute;ngua ao assoalho da boca. &ldquo;No primeiro momento, o teste veio para detectar a l&iacute;ngua presa, que &eacute; quando esse fio est&aacute; fixado mais para a ponta da l&iacute;ngua. S&oacute; se considera l&iacute;ngua presa quando limita o movimento&rdquo;, explica a fonoaudi&oacute;loga Roberta Martinelli, integrante da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, que criou a metodologia para fazer a avalia&ccedil;&atilde;o de beb&ecirc;s e diagnosticar o problema.</p> <p> Apesar de a l&iacute;ngua presa ser mais conhecida pelas altera&ccedil;&otilde;es que provoca na fala, o problema pode trazer consequ&ecirc;ncias muito antes de o beb&ecirc; pronunciar suas primeiras palavras. No caso dos rec&eacute;m-nascidos, a alimenta&ccedil;&atilde;o pode ser prejudicada, j&aacute; que ele afeta a suc&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Tem sido uma das maiores causas de desmame precoce. O beb&ecirc; pode ter dificuldade de passar para a papinha porque n&atilde;o faz a degluti&ccedil;&atilde;o correta. Por volta de 1 ano e meio, pode ter problemas no processo mastigat&oacute;rio tamb&eacute;m&rdquo;, explica Roberta.&nbsp; Ela ainda lembra que o exame observa os aspectos f&iacute;sicos da l&iacute;ngua, mas outras caracter&iacute;sticas tamb&eacute;m precisam ser avaliadas, como a maneira em que a crian&ccedil;a mama e at&eacute; mesmo o choro.&nbsp; &ldquo;A gente observa caracter&iacute;sticas do choro porque o beb&ecirc; que tem essa l&iacute;ngua presa sobe mais as laterais do que a ponta da l&iacute;ngua. Ela [a ponta] fica mais baixa que as laterais&rdquo;.</p> <p> Para corrigir a l&iacute;ngua presa, muitas vezes &eacute; preciso contar com interven&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica: um corte &eacute; feito no freio, um piquezinho, para que a l&iacute;ngua possa ter mais movimento. Com anestesia local, a cirurgia dura poucos minutos e logo em seguida a crian&ccedil;a j&aacute; pode ser amamentada.</p> <p> <strong>Dividindo opini&otilde;es</strong></p> <p> Apesar de a lei ser considerada um avan&ccedil;o sob muitos aspectos, alguns m&eacute;dicos ainda fazem ressalvas. Muitos acham que o teste n&atilde;o deveria se tornar compuls&oacute;rio porque j&aacute; faz parte dos cuidados tomados com rec&eacute;m-nascidos. Outros acreditam que h&aacute; testes mais importantes, como o do cora&ccedil;&atilde;ozinho (que identifica deforma&ccedil;&otilde;es card&iacute;acas) e o do quadril (ultrassom para beb&ecirc;s que nasceram grandes ou de parto p&eacute;lvico), que deveriam ter prioridade na regulamenta&ccedil;&atilde;o. Al&eacute;m disso, muitas vezes n&atilde;o h&aacute; consenso sobre a necessidade real de se fazer um procedimento cir&uacute;rgico &ndash; e o diagn&oacute;stico precoce poderia elevar desnecessariamente o n&uacute;mero de cirurgias.</p> <p> A pediatra Patr&iacute;cia Salmona, que integra o Departamento de Gen&eacute;tica Cl&iacute;nica da Sociedade Brasileira de Pediatria, acredita que &eacute; preciso considerar alguns pontos com rela&ccedil;&atilde;o ao tratamento. Ela conta que existem graus diferentes de l&iacute;ngua presa e, por isso, o tratamento varia. &ldquo;Nem todas t&ecirc;m a indica&ccedil;&atilde;o do tratamento do pique na l&iacute;ngua. As que n&atilde;o t&ecirc;m indica&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica poderiam ser mandadas sem necessidade [para cirurgia]&rdquo;. Caso a opera&ccedil;&atilde;o seja necess&aacute;ria, ela pode ser realizada pelo Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de, em qualquer idade.</p> <p> Por isso, para Roberta, os profissionais precisam ser treinados e &eacute; necess&aacute;rio adotar um protocolo para ajudar na padroniza&ccedil;&atilde;o do teste. &ldquo;Enquanto n&atilde;o se tiver uma padroniza&ccedil;&atilde;o, v&atilde;o fazer no &lsquo;ach&ocirc;metro&rsquo; e isso n&atilde;o pode. Estamos lidando com beb&ecirc;s. O protocolo s&oacute; indica para a cirurgia quando o caso &eacute; extremamente n&iacute;tido. E esses casos n&atilde;o podem sair da maternidade sem diagn&oacute;stico&rdquo;.</p> <p> Segundo a assessoria do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, as diretrizes que trar&atilde;o o detalhamento para o diagn&oacute;stico est&atilde;o sendo elaboradas pela Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias e um grupo de trabalho formado pela Coordena&ccedil;&atilde;o-Geral de Sa&uacute;de da Crian&ccedil;a. Ainda conforme o texto, a diretriz nacional trar&aacute; recomenda&ccedil;&otilde;es sobre como fazer o teste, e o minist&eacute;rio tem orientado os profissionais sobre a import&acirc;ncia da avalia&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Para Patr&iacute;cia, a grande vantagem da lei &eacute; que a partir de agora mais crian&ccedil;as poder&atilde;o ser diagnosticadas. &ldquo;N&atilde;o &eacute; uma frequ&ecirc;ncia t&atilde;o baixa. Ent&atilde;o, fazer uma triagem &eacute; interessante. Seremos o primeiro pa&iacute;s a fazer essa triagem&rdquo;. E completa: &ldquo;Vem para somar, como uma ferramenta a mais para o m&eacute;dico&rdquo;. Ela observa que caso a cirurgia seja necess&aacute;ria, quanto menor a crian&ccedil;a, mais r&aacute;pida &eacute; a recupera&ccedil;&atilde;o. &ldquo;A cirurgia seria praticamente indolor. N&atilde;o &eacute; uma cirurgia grande, mas logo que nasce &eacute; uma coisa &iacute;nfima&rdquo;.</p>

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