Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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24/11/2014 15h06

Itabira passar? muita vergonha na sexta-feira

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<p> Na pr&oacute;xima sexta, 28, Itabira receber&aacute; a presen&ccedil;a ilustre do poeta Nicolas Behr, de Bras&iacute;lia-DF. Ser&aacute; a primeira vez dele na cidade de Drummond, que sempre quis conhecer. Ele enviou este e-mail aO TREM: &ldquo;Meu caro Marcos, dia 28 de novembro estarei bem cedo em Itabira e queria visitar a reda&ccedil;&atilde;o doTREM Itabirano, a casa do Drummond e passear por a&iacute;... De tardinha vou pra Ouro Preto. Me passe telefone e endere&ccedil;o onde posso te encontrar pela manh&atilde;, ou de tarde, o que for melhor pra ti. Aquele abra&ccedil;o do Nicolas&quot;.</p> <p> O TREM topou ciceronear o poeta e o convidou para tomar uma cerveja de trigo na reda&ccedil;&atilde;o, para descansar do tour. Teve uma ideia: n&atilde;o s&oacute; rodar de carro, mas tamb&eacute;m a p&eacute;, pois &eacute; a p&eacute; que se conhece uma cidade. Faremos com ele, a p&eacute;, o percurso da rodovi&aacute;ria at&eacute; o museu. Da&iacute;, de carro, at&eacute; o Memorial CDA.</p> <p> No s&aacute;bado e domingo, O TREM fez um reconhecimento do terreno e a conclus&atilde;o &eacute;: o jornal e Itabira v&atilde;o passar vergonha, muita vergonha. A cidade n&atilde;o est&aacute; apta a receber turista. Longe disso. Fotografamos o trajeto para provar com imagens.</p> <p> Na rodovi&aacute;ria, o poeta ver&aacute; um terminal sujo, feio, velho, mofado, malcheiroso, com c&atilde;es doentes disputando cantos de ch&atilde;o com mendigos. Na fachada, o poeta ver&aacute; uma placa enorme com um erro absurdo de portugu&ecirc;s: &ldquo;rodoviaria&rdquo;, sem acento.</p> <p> Subiremos a rua &Aacute;gua Santa. O poeta ver&aacute; o belo casar&atilde;o de J&acirc;nio Bragan&ccedil;a, mas todo ofuscado pela gambiarra de fia&ccedil;&atilde;o el&eacute;trica e poste.</p> <p> Pouco acima, perto da Vila Azul, ver&aacute; um casar&atilde;o amarelo todo reformado, mas com enorme picha&ccedil;&atilde;o azul.</p> <p> Mais uns passos e chegaremos perto do pr&eacute;dio antigo da Acita, onde h&aacute; dois bueiros de trilhos de linha f&eacute;rrea&ndash; verdadeiras armadilhas para passantes. Rid&iacute;culos.</p> <p> Ao longo de todo o trajeto, h&aacute; bueiros e passeios quebrados, se esfarinhando, e buracos, buracos, buracos.&nbsp; Cuidado, poeta, n&atilde;o pise a&iacute;. Pode quebrar o p&eacute;.</p> <p> No largo do Batistinha, Nicolas Behr ver&aacute; picha&ccedil;&otilde;es mil, monumentos depredados, cal&ccedil;ada portuguesa estragada e o casar&atilde;o de S&ocirc; Rosinha sumido em meio &agrave; polui&ccedil;&atilde;o visual. Sem falar nas ru&iacute;nas do casar&atilde;o do Batistinha, amola&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o se resolve nunca.&nbsp;</p> <p> Vamos andando. No Beco do Calv&aacute;rio, ver&aacute; placa dos Caminhos Drummondianos com enorme picha&ccedil;&atilde;o ao lado. Defronte do banco Santander, ver&aacute; um casar&atilde;o em mis&eacute;rias, horror&iacute;vel.</p> <p> No Pared&atilde;o da Tiradentes, ver&aacute; o Hotel Itabira ofuscando por impressionante gambiarra de fia&ccedil;&atilde;o el&eacute;trica. Os postinhos de luz do pared&atilde;o est&atilde;o todos danificados.</p> <p> Na pra&ccedil;a Eurico Camilo, Nicolas Behr, que &eacute; dendr&oacute;latra (amante das &aacute;rvores), que j&aacute; dedicou um livro todo &agrave;s &aacute;rvores, ficar&aacute; arrepiado: defronte do Banco do Brasil ver&aacute; uma &aacute;rvore na qual pregaram placa oferecendo servi&ccedil;o de mototaxista. Mais &agrave; frente, ainda na pra&ccedil;a, ver&aacute; &aacute;rvores sufocadas por erva-de-passarinho.</p> <p> Sigamos. Na rua do Bongue, ver&aacute; quinhentas picha&ccedil;&otilde;es, cal&ccedil;amentos de pedras de min&eacute;rio danificado e com mato alt&iacute;ssimo.</p> <p> Pouco acima, ver&aacute; a casa onde funcionou o Armaz&eacute;m Sampaio em condi&ccedil;&otilde;es miser&aacute;veis.</p> <p> Perto da Catedral, nossa senhora!!! A pra&ccedil;a Joaquim Pedro Rosa est&aacute; um lixo. Toda arrebentada, com fezes, urina, galhos de &aacute;rvores ca&iacute;dos no ch&atilde;o. Tudo l&aacute; &eacute; precariedade.</p> <p> Ao lado da catedral, o poeta ver&aacute;, al&eacute;m da polui&ccedil;&atilde;o de outdoors, uma placa de propaganda eleitoral de Ti&atilde;o da Antena, cujo prazo por lei para retirada venceu dia 4 deste m&ecirc;s. Est&aacute; l&aacute; at&eacute; hoje.</p> <p> Ufa! Chegamos ao museu. Um pouco de hist&oacute;ria para compensar tanta precariedade, mas n&atilde;o!!! O museu n&atilde;o funciona, est&aacute; abandonado, tanto que serve de abrigo aos equipamentos da TV Cultura, que tamb&eacute;m n&atilde;o funciona, fora do ar h&aacute; 2 anos.</p> <p> &nbsp;&nbsp; A&iacute; pega-se um carro e segue para o memorial. Na subida para o Hospital</p> <p> &nbsp;&nbsp; Nossa Senhora das Dores, o poeta ver&aacute; um vale de outdoors poluindo o visual de forma absurda.</p> <p> &nbsp;&nbsp; Mais acima, eis a sede do Val&eacute;rio, time nas trevas da terceira divis&atilde;o.</p> <p> &nbsp;&nbsp; Chega-se ao Memorial. Antes de entrar, ver&aacute; a pra&ccedil;a ao lado da Coopervale, toda arrebentada, feia, aos pandarecos, com brinquedos infantis que mais parecem armadilhas.</p> <p> &nbsp;&nbsp; Entra-se no Memorial. Pelo menos o Memorial, que junta dois brasileiros universais (Drummond e Oscar Niemeyer), estar&aacute; brilhando, um brinco, beleza pura, ok? Uma pinoia. O gramado em torno da est&aacute;tua do poeta est&aacute; todo falho, p&eacute;ssimo. E dentro? Mais precariedades.&nbsp; Basta dizer que as portas das salas est&atilde;o gravemente carcomidas por cupins. As portas apodreceram de tal forma que se o poeta apertar o dedo indicador nelas as perfuram, como a um papel.</p> <p> &nbsp;&nbsp; O poeta volta para o hotel, desiste de visitar outros pontos da cidade, pois seguir&aacute; para Ouro Preto. Assustado, talvez pergunte: &ldquo;Itabira &eacute; uma cidade pobre, com or&ccedil;amento baixo&rdquo;. N&atilde;o, algu&eacute;m responde. Itabira est&aacute; entre as cidades mais ricas de Minas e do Brasil, per capita.</p> <p> &nbsp;&nbsp; O poeta fica em sil&ecirc;ncio; os anfitri&otilde;es, tamb&eacute;m. Palavras n&atilde;o s&atilde;o mais necess&aacute;rias.&nbsp;&nbsp;</p> <p> &nbsp; Nas fotos, 11 exemplos das precariedades encontradas no centro itabirano. Poder&iacute;amos publicar 1280 imagens, mas sobrecarregariam demais o espa&ccedil;o aqui. V&atilde;o somente 11. Caso as autoridades queiram tudo, mandamos num pendrive.</p> <p> <em>Informou O Trem Itabirano</em></p>

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