Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

26/08/2014 08h54

A?cio Neves fala a ADI Brasil

Compartilhe
<p> <em>Candidato &agrave; Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica pela primeira vez, A&eacute;cio Neves tem 54 anos e &eacute; economista. Foi governador de Minas Gerais por dois mandatos e, atualmente, &eacute; senador pelo estado. N&uacute;mero 45 da urna, &eacute; o presidente nacional do PSDB. Exerceu por quatro mandatos o cargo de deputado federal, chegando &agrave; Presid&ecirc;ncia da C&acirc;mara dos Deputados em 2001. Terminou seu segundo mandato no governo de Minas Gerais com 92% de aprova&ccedil;&atilde;o. Nesta entrevista exclusiva feita pela Associa&ccedil;&atilde;o dos Di&aacute;rios do Interior do Brasil e Centrais de Di&aacute;rios do Interior (ADI-BR/CDI), ele fala sobre suas principais metas para o pa&iacute;s caso seja eleito presidente, dando &ecirc;nfase ao setor econ&ocirc;mico: &ldquo;Com o PSDB, &eacute; toler&acirc;ncia zero com a infla&ccedil;&atilde;o.&rdquo; Seu candidato &agrave; vice-presidente &eacute; o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira, tamb&eacute;m do PSDB.</em></p> <p> <strong>O Brasil possui 5.570 munic&iacute;pios. Cerca de 80%, com popula&ccedil;&atilde;o igual ou inferior a 30 mil pessoas. O que prev&ecirc; para as pequenas e m&eacute;dias cidades?</strong></p> <p> <strong>A&eacute;cio Neves - </strong>Defendo a refunda&ccedil;&atilde;o da Federa&ccedil;&atilde;o no Brasil, reestabelecendo as condi&ccedil;&otilde;es de estados e munic&iacute;pios enfrentarem suas dificuldades e retomarem a capacidade de investimentos em &aacute;reas essenciais &agrave; popula&ccedil;&atilde;o, como sa&uacute;de, educa&ccedil;&atilde;o, transporte p&uacute;blico. &Eacute; preciso descentralizar a tomada de decis&otilde;es, levando a solu&ccedil;&atilde;o do problema para perto de onde ocorre, com reconhecimento do papel fundamental de estados e munic&iacute;pios. N&atilde;o faz sentido cada decis&atilde;o do pa&iacute;s, por mais simples e local que seja, ser tomada em Bras&iacute;lia. &Eacute; claro que isso passa por uma redistribui&ccedil;&atilde;o de recursos, hoje fortemente concentrados em Bras&iacute;lia. N&atilde;o tenha d&uacute;vidas de que os munic&iacute;pios ter&atilde;o maior protagonismo na erradica&ccedil;&atilde;o da pobreza e na cria&ccedil;&atilde;o de vagas de pr&eacute;-escola, sempre com nosso apoio.</p> <p> <strong>Como o senhor v&ecirc; a quest&atilde;o do Pacto Federativo e, em sua opini&atilde;o, qual o principal ponto a ser revisto?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>Quero governar um pa&iacute;s que n&atilde;o seja de uns contra outros, quero governar um pa&iacute;s que seja de todos, um pa&iacute;s inclusivo, em que todas as regi&otilde;es sejam valorizadas. Aprovamos recentemente, no Senado Federal, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garante 3,8 bilh&otilde;es de reais para munic&iacute;pios, ap&oacute;s grande press&atilde;o em contr&aacute;rio da base governista. As perdas nos fundos de participa&ccedil;&atilde;o de estados (FPE) e munic&iacute;pios (FPM) nos &uacute;ltimos anos foram muito agressivas. Por isso mesmo, sou autor de PEC que estabelece o ressarcimento aos munic&iacute;pios que sofrem preju&iacute;zos causados por isen&ccedil;&otilde;es fiscais concedidas pelo governo federal. Iniciado o pr&oacute;ximo governo, essa ser&aacute; uma das nossas prioridades no Congresso, no &acirc;mbito da agenda da Federa&ccedil;&atilde;o, um conjunto de medidas que garante o fortalecimento de estados e munic&iacute;pios, que inclui uma profunda renegocia&ccedil;&atilde;o da d&iacute;vida dos Estados, para que os entes federados possam eles pr&oacute;prios encontrar condi&ccedil;&otilde;es de melhorar a sa&uacute;de, a seguran&ccedil;a, a educa&ccedil;&atilde;o da sua gente.</p> <p> <strong>O que ser&aacute; feito pelo senhor no que tange &agrave; reforma tribut&aacute;ria?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>Uma das primeiras medidas do governo ser&aacute; a apresenta&ccedil;&atilde;o de um projeto de simplifica&ccedil;&atilde;o do sistema tribut&aacute;rio, focando no emaranhado de impostos indiretos. O objetivo &eacute; atacar a alta carga tribut&aacute;ria e melhorar a pr&oacute;pria estrutura de pagamento desses impostos, que &eacute; extremamente onerosa. Ser&aacute; criada uma Secretaria Extraordin&aacute;ria para simplifica&ccedil;&atilde;o do sistema tribut&aacute;rio, que ter&aacute; prazo para a apresenta&ccedil;&atilde;o de um projeto ao Congresso. Ser&aacute; o primeiro passo para a reforma tribut&aacute;ria.</p> <p> <strong>E na reforma pol&iacute;tica?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>A reforma pol&iacute;tica &eacute; uma necessidade do Brasil porque &eacute; ela que ordenar&aacute; as for&ccedil;as e as representa&ccedil;&otilde;es partid&aacute;rias, estabelecendo um novo ambiente pol&iacute;tico no pa&iacute;s e dando in&iacute;cio ao verdadeiro debate sobre as reformas estruturantes, como a tribut&aacute;ria. A reforma pol&iacute;tica ser&aacute; uma das primeiras medidas adotadas em 2015 em um eventual governo do PSDB. Defendo tr&ecirc;s pontos claros para ela. O primeiro &eacute; o retorno da cl&aacute;usula de desempenho para os partidos, o que reduziria o atual quadro de 22 partidos funcionando no Congresso para sete ou oito legendas. O segundo ponto &eacute; o voto distrital misto com lista partid&aacute;ria. Assim, metade do Parlamento &eacute; eleita por distritos, nos quais se ter&aacute; uma rela&ccedil;&atilde;o direta do representado com o representante. A outra metade das vagas viria da vota&ccedil;&atilde;o em listas partid&aacute;rias, onde representantes de segmentos de pensamento que n&atilde;o tenham base territorial eleitoral possam participar do debate. E, por fim, defendo o fim da reelei&ccedil;&atilde;o, com mandato de cinco anos para todos os detentores de cargos p&uacute;blicos. Quatro anos para trabalharmos e um ano de elei&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <strong>Como o senhor vai lidar com a &aacute;rea social?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>Os programas sociais ser&atilde;o mantidos e aprimorados. Diante da constata&ccedil;&atilde;o de que a pobreza n&atilde;o &eacute; apenas a priva&ccedil;&atilde;o da renda, mas se manifesta tamb&eacute;m pela priva&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os, como de saneamento,de educa&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de e de oportunidades, criaremos o Programa Fam&iacute;lia Brasileira. O programa classificar&aacute; as fam&iacute;lias em condi&ccedil;&atilde;o de priva&ccedil;&atilde;o em cinco n&iacute;veis, onde o cinco &eacute; o mais grave, pois se refere a uma fam&iacute;lia que enfrenta um conjunto de priva&ccedil;&otilde;es. O nosso objetivo &eacute; que essa fam&iacute;lia tenha uma progress&atilde;o gradual para que fique mais de um ano no mesmo n&iacute;vel.</p> <p> <strong>Recentemente, o Brasil foi chamado de &ldquo;an&atilde;o diplom&aacute;tico&rdquo;. Em 2013, houve o caso de espionagem da NSA. As rela&ccedil;&otilde;es diplom&aacute;ticas brasileiras vivem um per&iacute;odo de crise?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>O Brasil sempre se caracterizou por ter uma pol&iacute;tica externa do equil&iacute;brio, e &eacute; isso que deve retornar a conduzir a nossa a&ccedil;&atilde;o, as nossas manifesta&ccedil;&otilde;es. O Brasil, ao longo dos &uacute;ltimos anos, optou por um alinhamento ideol&oacute;gico na sua pol&iacute;tica externa, e &eacute; ele que conduz as principais a&ccedil;&otilde;es do governo, a meu ver, com preju&iacute;zos graves ao pa&iacute;s. O Brasil precisa voltar a exercer efetiva lideran&ccedil;a e a influir de forma positiva no cen&aacute;rio regional e multilateral. Nos &uacute;ltimos anos, foram firmados apenas tr&ecirc;s acordos internacionais pelo governo. O trabalho do Itamaraty dever&aacute; voltar a ter como meta apenas o interesse nacional, acima de ideologias e de plataformas de partidos pol&iacute;ticos. A pol&iacute;tica externa tem de contribuir para o desenvolvimento econ&ocirc;mico do pa&iacute;s, ajustando-se aos novos desafios internos e externos.</p> <p> <strong>Qual seu principal plano para a retomada do crescimento econ&ocirc;mico?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>A vit&oacute;ria do PSDB &eacute; um sinalizador claro de que teremos um ambiente muito mais prop&iacute;cio &agrave; retomada do investimento do que se ficar o atual governo. Ser&aacute; feito um esfor&ccedil;o em conjunto da sociedade brasileira para se adotar regras claras, trabalhar a pol&iacute;tica econ&ocirc;mica com transpar&ecirc;ncia, fortalecer o trip&eacute; macroecon&ocirc;mico (c&acirc;mbio flutuante, super&aacute;vit prim&aacute;rio e meta de infla&ccedil;&atilde;o). A diminui&ccedil;&atilde;o do custo Brasil, com a simplifica&ccedil;&atilde;o do sistema tribut&aacute;rio, &eacute; priorit&aacute;ria e haver&aacute; um grande choque de investimentos em infraestrutura. Vamos saltar de uma tacada de investimentos hoje, em torno de 18% do PIB, para no final do pr&oacute;ximo mandato chegar pr&oacute;ximo de 24% do PIB.</p> <p> <strong>E a estrat&eacute;gia para manter a infla&ccedil;&atilde;o sob controle?</strong></p> <p> <strong>AN - </strong>Vamos voltar a mirar o centro da meta de infla&ccedil;&atilde;o de 4,5% e, uma vez atingido esse objetivo, vamos reduzir gradualmente as bandas de toler&acirc;ncia que hoje est&atilde;o em 2 pontos percentuais. Com o PSDB, &eacute; toler&acirc;ncia zero com a infla&ccedil;&atilde;o.</p> <p> <strong>Qual sua prioridade em:</strong></p> <p> <strong>Infraestrutura &ndash;</strong>Modernizar, dar maior efici&ecirc;ncia e capilaridade &agrave; infraestrutura, para promover o crescimento econ&ocirc;mico e a melhora da qualidade de vida da popula&ccedil;&atilde;o. O objetivo &eacute; investir mais e melhor.</p> <p> <strong>Educa&ccedil;&atilde;o &ndash;</strong>Garantir a qualidade da educa&ccedil;&atilde;o, com a universaliza&ccedil;&atilde;o da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica dos 4 aos 17 anos e grande esfor&ccedil;o em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; amplia&ccedil;&atilde;o do aprendizado.</p> <p> <strong>Sa&uacute;de &ndash;</strong>O fortalecimento do SUS ser&aacute; a permanente prioridade do governo nessa &aacute;rea.</p> <p> <strong>Seguran&ccedil;a &ndash;</strong>Uma pol&iacute;tica nacional de seguran&ccedil;a, coordenada pelo Minist&eacute;rio da Seguran&ccedil;a P&uacute;blica e Justi&ccedil;a. Vamos por fim tamb&eacute;m ao contingenciamento dos fundos de seguran&ccedil;a.</p> <p> <strong>Por Andr&eacute;a Leonora e N&iacute;cola Martins | A &iacute;ntegra desta entrevista est&aacute; dispon&iacute;vel no site www.centraldediarios.com.br</strong></p> <p> Entrevista exclusiva disponibilizada para publica&ccedil;&atilde;o em 135 di&aacute;rios que formam a rede Associa&ccedil;&atilde;o dos Di&aacute;rios do Interior (ADI Brasil) e Central de Di&aacute;rios do Interior (CDI), somando 4 milh&otilde;es de exemplares/dia e com potencial para atingir 20 milh&otilde;es de leitores. A for&ccedil;a do interior naintegra&ccedil;&atilde;o editorial.</p>

Leia também

10h10

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus