Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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26/08/2014 08h50

Lusco Fusco - Impress?es Eleitorais

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<p> Insond&aacute;veis leitores, nessa semana o espa&ccedil;o n&atilde;o trar&aacute; a continua&ccedil;&atilde;o das Lobas Ciendientes. Falemos de pol&iacute;tica. A corrida pela cadeira presidencial est&aacute; quente e a trag&eacute;dia ocorrida com o ex-candidato Eduardo Campos trouxe novos contornos &agrave; disputa. At&eacute; aqui, o &oacute;dio e os ataques rasteiros superam a oferta de propostas.</p> <p> Fa&ccedil;amos uma an&aacute;lise do cen&aacute;rio. H&aacute; tr&ecirc;s candidatos consolidados sob os holofotes, Dilma Rousseff (PT), A&eacute;cio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), esta &uacute;ltima em galope acelerado para se fixar no segundo posto das pesquisas eleitorais, ostentando 21%. Dilma mant&eacute;m-se &agrave; frente desde sempre, permanecendo na faixa que vai dos 36% aos 40%. A&eacute;cio Neves tamb&eacute;m aparece com inten&ccedil;&otilde;es de votos est&aacute;veis, na casa dos 20%. O cen&aacute;rio atual deixa poucas d&uacute;vidas quanto &agrave; realiza&ccedil;&atilde;o de segundo turno.</p> <p> Creio ser esta a elei&ccedil;&atilde;o mais perigosa para o PT desde 2002, pleito que permitiu a Lula subir a rampa do Planalto. &Eacute; ineg&aacute;vel que o pa&iacute;s n&atilde;o atravessa o melhor momento quando considerados os 12 anos de governo petista. N&atilde;o &eacute; torcida contra ou propaganda negativa da m&iacute;dia o fato de a economia brasileira estar desidratada. No primeiro trimestre avan&ccedil;ou 0,2% e as previs&otilde;es para o segundo trimestre s&atilde;o desanimadoras. A cria&ccedil;&atilde;o de empregos, apesar de registrarmos taxa de desemprego controlada e baixa, n&atilde;o apresenta o mesmo desempenho de outros anos, registrando o pior julho desde 1999. Setores que funcionam como term&ocirc;metro da atividade econ&ocirc;mica vivem dramas, como o de m&aacute;quinas e equipamentos, que reduziu a produ&ccedil;&atilde;o em 30% em 2014. H&aacute; uma s&eacute;rie de outros dados que mostra uma situa&ccedil;&atilde;o de aten&ccedil;&atilde;o.</p> <p> N&atilde;o nos esque&ccedil;amos que a economia &eacute; o ponto fulcral na decis&atilde;o do voto. A seara econ&ocirc;mica interfere diretamente na qualidade de vida e as pessoas votam, basicamente, ou para aprimorar suas condi&ccedil;&otilde;es ou, no m&iacute;nimo, para permanecer em um patamar que consideram bom.</p> <p> Este quadro deve ser debatido &agrave;s claras e propostas devem ser apresentadas para que as adversidades sejam superadas. Enfrentamos problemas, o que n&atilde;o significa que estejamos &agrave; beira do precip&iacute;cio, outro ponto que tamb&eacute;m deve ser dito. O que faz minhas orelhas co&ccedil;arem &eacute; n&atilde;o encontrar nos ecos da campanha uma m&iacute;sera proposta que considere minimamente trabalhada e orquestrada. No geral, tudo soa apenas como palavras de isopor na boca de marionetes de marqueteiros.</p> <p> Dilma tenta colar a piora na economia brasileira &agrave; crise internacional. De fato, no &uacute;ltimo relat&oacute;rio divulgado pelo FMI, a previs&atilde;o sobre o crescimento econ&ocirc;mico mundial reduziu-se de 3,7% para 3,4%. O planeta ainda n&atilde;o se recuperou. Por&eacute;m, Dilma, na qualidade de atual presidente, deveria adotar uma postura proativa e apresentar claramente o que pretende fazer para reverter a tend&ecirc;ncia de queda. N&atilde;o o faz. Apega-se somente ao passado, a Lula, &agrave;s melhorias que a administra&ccedil;&atilde;o do PT promoveu, que s&atilde;o ineg&aacute;veis, gostem ou n&atilde;o seus detratores. Mas, e para o futuro? O que pretende?</p> <p> A&eacute;cio Neves parece ter sido escalado n&atilde;o para ser candidato, mas apenas para ser &ldquo;O&rdquo; cr&iacute;tico do governo. Pelo que acompanho, 90% de suas palavras s&atilde;o de ataques &agrave; atual administra&ccedil;&atilde;o, quando sua chance de vit&oacute;ria reside exatamente em um novo plano para o Brasil, j&aacute; que 70% dos eleitores almejam mudan&ccedil;as. Sinceramente, n&atilde;o me espanta o v&aacute;cuo de ideias e o excesso de generalidades. &ldquo;Vou reduzir minist&eacute;rios&rdquo;, &ldquo;vou cortar os gastos p&uacute;blicos&rdquo;, &ldquo;vou tomar medidas impopulares&rdquo;. Sim, mas, concretamente, o que planeja o candidato? Como executar&aacute; essas e outas a&ccedil;&otilde;es?</p> <p> A&eacute;cio mostra-se vacilante e se v&ecirc; obrigado a carimbar pol&iacute;ticas do advers&aacute;rio maior, como inflar o Bolsa Fam&iacute;lia e continuar com o Mais M&eacute;dicos e com a pol&iacute;tica de valoriza&ccedil;&atilde;o de sal&aacute;rio m&iacute;nimo, para tentar crescer. &Eacute; bom lembrar que, enquanto senador, ele criticou tudo isso, acompanhando a postura do partido.</p> <p> Sobre Marina, h&aacute; aqueles que veem apenas uma candidata inflada pela como&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o me parece o correto. Antes do in&iacute;cio da campanha, enquanto ainda se esperava que ela conseguisse o registro da Rede Sustentabilidade, Marina figurava com mais de 25% das inten&ccedil;&otilde;es de voto. Agora, enfrentar&aacute; o fogo cruzado e as tentativas de se encontrar fendas em suas concep&ccedil;&otilde;es e em seu car&aacute;ter. A candidata &eacute; uma inc&oacute;gnita em assuntos relevantes e controversos do s&eacute;culo 21, como aborto e legaliza&ccedil;&atilde;o de drogas leves.</p> <p> O que parece claro &eacute; que, na economia, Marina seguir&aacute; a cartilha do liberalismo desvairado, pr&oacute;-mercado, uma vez que tem como interlocutores figuras como a herdeira de um dos maiores bancos do pa&iacute;s. Parece mais &agrave; direita que A&eacute;cio. Dos tr&ecirc;s, a candidata que j&aacute; foi verde e que hoje mais parece uma arco-&iacute;ris revela-se a mais temer&aacute;ria. Parece-me fraca, incapaz de suportar a press&atilde;o e os ferimentos que o cargo presidencial traz, al&eacute;m de aparentar extrema falta de habilidade pol&iacute;tica. Em menos de uma semana como candidata a presidente, j&aacute; enfrenta grave crise interna na coordena&ccedil;&atilde;o de campanha.</p> <p> &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</p>

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