19/08/2014 09h07
HM deve mais de R$8 milh?es
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Após a posse da nova diretoria e análise dos balanços e levantamentos financeiros do primeiro quadrimestre de 2014, a busca por novos caminhos para sanar o déficit financeiro da instituição continua, já que a dívida do HM chega a R$8.700.000,00.</p>
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O desafio que enfrenta o HM faz parte do grupo de instituições filantrópicas nacionais que passam por dificuldades, inclusive com alguns fechando serviços de grande relevância às comunidades.</p>
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Segundo informa a nova diretoria do HM, Várias soluções estão sendo buscadas junto ao Poder Público Municipal e Estadual, inclusive com a diretoria atual solicitando uma consultoria/auditoria de técnicos da Secretaria de Saúde de MG, para levantar dados e apontar soluções. Tal trabalho já vem sendo realizado ha uma semana.</p>
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<strong>Serviços cancelados</strong></p>
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A diretoria estabeleceu que seja buscadas soluções que venham de encontro à manutenção do hospital com os referidos serviços que possuam viabilidade, com fechamento daqueles que não tiverem resultados financeiros positivos . Sendo assim a continuidade de alguns estarão em avaliação pelo hospital, para definição do encaminhamento dos serviços para atendimento da região. Por exemplo, no Pronto Atendimento do hospital, os custos são constantes e o repasse de sua manutenção são insuficientes e nem sempre ocorre em tempo hábil para a compensação das despesas.</p>
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Dessa forma, numa instituição deficitária, tais problemas de caixa só são solucionados com a entrada de capital de terceiros, entre elas o financiamento bancário, que pode ser refeito nos momentos de maior necessidade, ou a opção de não recolher as retenções tributárias retidas na fonte incorrendo nas penalidades da lei, além dos encargos financeiros das multas e juros destes ou atrasos de pagamentos dos compromissos com fornecedores e funcionários, que não condiz com a realidade do Hospital Margarida. Decisão esta que colocaria em risco o título de filantropia do hospital. </p>
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<strong>Dívidas</strong></p>
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A nova diretoria, no mês passado, se viu obrigada a contrair novo empréstimo junto a CEF, no valor de 2,5 milhões de reais para garantir o funcionamento dos serviços ate dezembro. “Isso é lamentável, mas não havia outra solução imediata”, informa a diretoria.</p>
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As melhorias continuam na prestação de serviço hospitalar, frutos também das constantes e novas exigências em adequação as portarias da Vigilância Sanitária, dos Conselhos profissionais e normas regulamentadoras (NR’S) que impuseram dezenas de contratações de profissionais nos últimos anos. Tais exigências possuem relevância, mas não são seguidas do aumento das contrapartidas financeiras. Diante dessas elevações de custos deparou-se com um déficit mensal de mais de R$250 mil, o que em um ano acarreta um déficit de aproximadamente R$3 milhões. A dívida atual do Hospital Margarida é de aproximadamente R$8.700.000,00 (oito milhões e setecentos mil) e é referente a não cobertura do déficit mensal que se acumula há anos, sem a devida contrapartida financeira.</p>
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Nas elevações de custos estão inclusos também, a disponibilização de serviços médicos inexistentes anteriormente e que foram acrescentados no ano de 2013. Mais uma clinica médica para atendimento pediátrico na portaria, além da já existente clínica pediátrica do hospital. A disponibilização do médico ortopedista noturno presencial, o que antes era sobreaviso, a contratação também por um período parcial de uma equipe clínica para atendimento de intercorrências internas e internações de origem externa. Somado a isso, a majoração financeira dos valores dos plantões médicos no mercado no último ano, não foi novamente repassada integralmente ao hospital. O resultado disso foi que somente com profissionais médicos, houve um aumento de em torno de R$170.0000,00/ mês, sem a devida contrapartida, o que agravou a situação financeira do Hospital Margarida em 2014.</p>
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<strong>Especialistas</strong></p>
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As exigências de especialistas em determinados serviços hospitalares também não encontram sua disponibilidade no mercado de trabalho. Especificamente a pediatria que é um grande desafio nacional, pois os órgãos públicos exigem sua presença, mas não formam número suficiente para demanda do país. Além do mais um número pequeno de profissionais médicos se mostram interessados no trabalho de urgência e emergência.</p>
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Soma-se a isso também a introdução de novos medicamentos no mercado muito mais eficientes, mas consequentemente com preços mais elevados em choque com o congelamento de anos da remuneração da tabela SUS.</p>
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<strong>Custos</strong></p>
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Os hospitais de média complexidade resolutivos, caso do Margarida, possuem custos muito mais elevados do que hospitais que tem seu foco apenas nos serviços de clínica médica. No cenário regional municípios vizinhos fecharam suas maternidades em decorrência do déficit representativo desses serviços, transferindo suas responsabilidades para o Margarida. Somente a maternidade, atualmente proporciona um déficit mensal de aproximadamente R$200.000,00. Na mesma linha vários hospitais no país vêm redefinindo sua atuação, onde só se pode fornecer serviço pelo que se recebe.</p>
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<strong>Busca de apoio</strong></p>
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Diante de tudo que foi exposto o Hospital Margarida espera junto aos poderes públicos buscar uma solução para o financiamento dos serviços de qualidade a população regional. O HM alerta aos usuários que nos próximos dias, possivelmente, a nova diretoria deverá tomar atitudes que possivelmente desagradarão, mas que permitirão a eliminação do risco de fechamento de serviços hospitalares.</p>
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<strong>Unificação HM X P.A</strong></p>
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Sobre a unificação dos atendimentos do P.A e P.S do HM, que era defendida pelas diretorias anteriores e pelo PSDB local, hoje à frente da administração municipal, nada foi comentado, apesar de que essa ação tenha sido defendida pelo Ministério Público Estadual. </p>