03/07/2014 14h45
Moradores do bairro Ipiranga e vereadores discutem situa??o de permuta de lote
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Moradores da rua Abaeté, no bairro Ipiranga, convidaram os vereadores da Câmara de João Monlevade para uma reunião junto à comunidade no último dia 30, para discutir a situação da permuta de um lote no bairro. Compareceram o presidente da Câmara, vereador Guilherme Nasser (PSDB), Leles Pontes (PRB), Telles Superação (PSC) e Vanderlei Miranda (PR). Belmar Diniz (PT) não compareceu, mas foi representado por sua assessora parlamentar, Juliana Pereira. Cerca de 50 pessoas da comunidade participaram do encontro, que se deu na casa do morador Arildo Ermelindo da Silva.</p>
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O projeto em questão foi aprovado pela Câmara no final de 2013, com votos contrários de Belmar e Thiago Titó (PMDB). A intenção seria a permuta de dois lotes particulares, no bairro Ipiranga por um lote do município, localizado no Nova Aclimação. Com isto, o Executivo pretendia fazer na propriedade do bairro Ipiranga uma via de acesso, adequando o local para o trânsito de carros e pedestres, que hoje é feito de forma precária. Contudo, mesmo com projeto aprovado, os vereadores contrários fizeram denúncia junto ao Ministério Público sobre esta permuta. A Justiça acatou a denúncia e suspendeu todos os processos de permuta no município. Desta forma, ficou impossibilitado o processo de melhoria para aquela comunidade. </p>
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Arildo fez a abertura do encontro e destacou que a comunidade anseia há mais de 10 anos pela resolução do problema. Segundo ele, em tempo seco, a poeira prejudica muito os moradores. Já quando chove, o barro que desce pela ribanceira impede inclusive o trânsito de veículos. “Como moro ao lado do terreno, minha casa fica fechada durante todo o tempo, porque não temos condições de limpar tudo, três vezes por dia”, declarou. Outro que se manifestou durante a reunião foi o proprietário do terreno em questão, Moacil de Castro Moreira dos Santos. “Também estou sendo prejudicado pois tenho um lote há mais de cinco anos e até agora não usufrui dele porque se tornou a única via de acesso dos moradores do bairro Ipiranga. Entendo a necessidade da população, mas também não posso focar no prejuízo”, declarou. Juliana Pereira também se manifestou durante a reunião, e declarou que Belmar Diniz votou contrário por entender que havia diferença de valores. Já Gilson Rodrigues, também proprietário de um lote no bairro foi mais enfático. “Os que votaram contra não convivem com esta situação. Não existe isto de que é a favor, mas contra a forma como seria feita. Eles são contrários e pronto”, disse.</p>
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<strong>Fala dos vereadores</strong></p>
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O primeiro vereador a se manifestar sobre o assunto foi Vanderlei Miranda. Ele destacou que pessoas afirmaram que ele votou favorável por ter um familiar que mora na comunidade. “Muitos que não conheciam a realidade dos moradores me julgaram, dizendo inverdades, afirmando que eu queria apenas beneficiar parentes”, declarou. Ele ainda afirmou ter sido favorável por saber dos benefícios aos moradores. “A Câmara fez o que podia, aprovando o projeto. Agora temos que aguardar a decisão do Ministério Público”, disse.</p>
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Telles Superação também fez uso da palavra e se colocou à disposição dos moradores para auxílio no que for preciso. “Aprovamos por entender a necessidade de vocês. Como vereador estou sempre à disposição para o que for necessário”, disse. Leles Pontes destacou que durante visita à comunidade, conversou com os moradores e o apelo deles foi pela aprovação do projeto de permuta. “Baseado neste apelo e tendo em vista os benefícios para a comunidade votei favorável à permuta. Agora temos que aguardar o Ministério Público”, declarou.</p>
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Guilherme Nasser também se manifestou durante o encontro. “Respeito os vereadores que votaram contra, mas é preciso arcar com as consequências de suas decisões. Ou é a favor ou é contra. Não tem meio termo”, disse. Guilherme ainda lembrou que a Comissão de Avaliação Imobiliária, formada inclusive por donos de imobiliárias, estudou o caso, e não fez nenhuma objeção à permuta ou ao valor dos lotes em questão. "Não foi a Câmara ou a Prefeitura que fez a avaliação. Foi esta Comissão, formada por pessoas idôneas e sem interesse específico nesta questão", afirmou.</p>
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Nasser explicou ainda que não pôde votar o projeto devido o Regimento Interno impedir isto, contudo, declarou seu apoio à causa dos moradores. “Quem convive com esta situação desagradável, dia-a-dia são vocês moradores. Apoio a reivindicação da comunidade por entender que os benefícios gerados a partir desta permuta seriam muitos, como pavimentação, iluminação, dentre outros. Mas a Prefeitura não pode fazer benfeitorias em lote particular, por isso este projeto de permuta. Agora é preciso aguardar a decisão da Justiça”, explicou. A comunidade solicitou então apoio do presidente do Legislativo para intermediar uma reunião entre a comunidade e o prefeito Teófilo Torres (PSDB), para que o assunto seja amplamente discutido. Guilherme afirmou que vai agendar esta reunião junto ao Executivo.</p>