Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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31/03/2014 08h57

Impasse deve atrasar as desapropria?es para duplica??o da BR-381

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<p> Uma vila que n&atilde;o existe formalmente pode se transformar em obst&aacute;culo para a duplica&ccedil;&atilde;o da BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, a chamada Rodovia da Morte. Com aproximadamente 1,5 mil fam&iacute;lias, que usam liga&ccedil;&otilde;es clandestinas para receber &aacute;gua e energia el&eacute;trica em casa, a Vila da Luz, localizada na jun&ccedil;&atilde;o da rodovia com o Anel Rodovi&aacute;rio de BH, ser&aacute; removida para a duplica&ccedil;&atilde;o da 381. Os primeiros contatos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) com os moradores para negociar o pagamento de indeniza&ccedil;&otilde;es, por&eacute;m, n&atilde;o indicam a possibilidade de acordo, ao menos por enquanto.</p> <p> Na segunda-feira da semana passada, o Dnit divulgou o aviso de licita&ccedil;&atilde;o para o trecho em que se encontra a Vila da Luz, o chamado Lote 8B, que vai do quil&ocirc;metro 445 ao 458,4 da BR-381. O percurso &eacute; o &uacute;ltimo dos 11 em que os 303 quil&ocirc;metros da estrada foram divididos a ter a licita&ccedil;&atilde;o anunciada. Pelo projeto, as fam&iacute;lias ser&atilde;o transferidas para im&oacute;veis cuja constru&ccedil;&atilde;o ficar&aacute; a cargo da empresa vencedora da concorr&ecirc;ncia.</p> <p> O mec&acirc;nico Jos&eacute; Teixeira da Cruz, que h&aacute; 10 anos mora e mant&eacute;m uma oficina na vila, afirma que s&oacute; sai se lhe proporcionarem as mesmas condi&ccedil;&otilde;es de vida que tem hoje. &ldquo;Quero sair sim, porque me cansei de ver gente morrendo nessa rodovia. Mas s&oacute; mudo se o local que me oferecerem for igual ao que tenho aqui&rdquo;, afirma. Jos&eacute; mora com a mulher, Maria Neusa Barbosa da Cruz, em um pequeno apartamento que fica em cima da sua oficina. Conforme o casal, a &uacute;ltima visita de representantes do poder p&uacute;blico para falar sobre a desapropria&ccedil;&atilde;o ocorreu no fim do ano passado. &ldquo;Pegaram nome, fizeram fotografias e foram embora&rdquo;, comenta.</p> <p> Desempregado, Beneth Aparecido da Rocha, que tamb&eacute;m mora na vila h&aacute; cerca de 10 anos, diz que s&oacute; sai da casa em que vive com a mulher, Maiara Rodrigues, se for para ir para outra casa. &ldquo;Criamos galinhas e n&atilde;o podemos morar em apartamento&rdquo;, argumenta. O casal conta que o Dnit teria falado em pagar indeniza&ccedil;&otilde;es no valor de R$ 40 mil. &ldquo;Isso n&atilde;o d&aacute; para comprar nada&rdquo;, reclama Maiara. A resid&ecirc;ncia do casal, e tamb&eacute;m a oficina de Jos&eacute; Teixeira, ficam no que pode ser considerado o acostamento da rodovia. N&atilde;o h&aacute; separa&ccedil;&atilde;o entre a pista e a entrada dos im&oacute;veis.</p> <p> <strong>MANIFESTA&Ccedil;&Atilde;O</strong></p> <p> &nbsp;Um boato que circula na regi&atilde;o &eacute; que o Dnit j&aacute; teria o dinheiro para pagar as indeniza&ccedil;&otilde;es &agrave;s fam&iacute;lias que ser&atilde;o retiradas da vila. &ldquo;&Eacute; o que dizem por aqui. E posso garantir que, caso n&atilde;o tenha uma solu&ccedil;&atilde;o r&aacute;pida para o nosso caso, vamos fazer uma manifesta&ccedil;&atilde;o que vai parar a estrada por muitos dias&rdquo;, amea&ccedil;a um dos moradores da vila, o trabalhador do setor de constru&ccedil;&atilde;o civil Roberto Vidigal. A fam&iacute;lia da dona de casa Maria Goreti de Almeida tamb&eacute;m reclama da demora nas negocia&ccedil;&otilde;es para indeniza&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Tem muitos acidentes por aqui&rdquo;, diz sua neta, Patr&iacute;cia Marques de Almeida, de 11 anos, dos quais 10 vividos na Vila da Luz. Maria Goretti tem cinco netos. Todos t&ecirc;m que atravessar a rodovia para ir &agrave; escola. A passarela mais pr&oacute;xima fica a cerca de 600 metros da vila.</p> <p> A maior parte dos moradores da regi&atilde;o nega que tenha invadido a &aacute;rea em que moram e, como o aposentado Jos&eacute; Gomes Pereira, afirmam ter comprado o terreno. Ele e a mulher moram na Vila da Luz h&aacute; 16 anos. Todo o terreno da regi&atilde;o, ao menos oficialmente, &eacute; &aacute;rea pertencente ao Dnit. A vila come&ccedil;ou a ser erguida h&aacute; cerca de 20 anos. A maior parte dos moradores da regi&atilde;o saiu de cidades da Grande BH e de morros da capital. Procurado pela reportagem, o Dnit n&atilde;o respondeu &agrave;s perguntas enviadas sobre o planejamento envolvendo o pagamento de indeniza&ccedil;&otilde;es e retirada dos moradores da Vila da Luz.</p> <p> <strong>HIST&Oacute;RICO </strong></p> <p> A remodelagem da BR-381 &eacute; uma obra marcada por pol&ecirc;micas. Do total do percurso entre Valadares e Belo Horizonte, 215 quil&ocirc;metros ser&atilde;o duplicados. O restante passar&aacute; por adequa&ccedil;&otilde;es como constru&ccedil;&atilde;o de terceiras faixas. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; do pr&oacute;prio Dnit, que deu explica&ccedil;&otilde;es sobre o projeto em sua p&aacute;gina na internet. Apesar de a BR-381 nos &uacute;ltimos 30 anos ter se transformado em uma das rodovias mais perigosas do pa&iacute;s, principalmente no trecho entre a capital e Jo&atilde;o Monlevade, a duplica&ccedil;&atilde;o da estrada s&oacute; ganhou algum impulso no ano passado, com a licita&ccedil;&atilde;o dos 11 lotes. Em quatro deles houve problemas com o pre&ccedil;o, que ficou acima do previsto pelo governo, incluindo o Lote 8B, e por isso passar&atilde;o por nova concorr&ecirc;ncia.</p> <p style="text-align: right;"> <em>Fonte: Uai/Cristina Horta/EM/D.A Press&nbsp;</em></p>

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