Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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05/03/2014 14h52

Rebanh?o do Senhor reuniu milhares de pessoas durante o Carnaval

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<div id="/uploads/imagem_arquivo/952069_20140305_rebanhaocosme04032014elisaoliveira32.jpg" style="float:left; margin:15px; margin-left:0; margin-top:5px; margin-right:20px; width:320px;"> <img alt="Grande público participou do Rebanhão" class="1" height="214.0625" name="952069_20140305_rebanhaocosme04032014elisaoliveira32.jpg" src="/uploads/imagem_arquivo/952069_20140305_rebanhaocosme04032014elisaoliveira32.jpg" style="float:left;" title="Grande público participou do Rebanhão" width="320" /> <div style="float:left; background:#EEEEEE; width:320px;"> <div style="padding:10px; float:left; font-size:11px; color:#333; line-height:15px;"> Grande p&uacute;blico participou do Rebanh&atilde;o</div> </div> </div> <p> &nbsp;</p> <p> Muita f&eacute;, alegria, uni&atilde;o e emo&ccedil;&atilde;o marcaram os quatro dias de evento do Rebanh&atilde;o com Cristo, que aconteceu na igreja do Loanda em Jo&atilde;o Monlevade. Durante o Carnaval os fi&eacute;is se reuniram para agradecer, pedir e acima de tudo, louvar. O evento realizado pela Renova&ccedil;&atilde;o Carism&aacute;tica Cat&oacute;lica esteve presente tamb&eacute;m, no mesmo per&iacute;odo, em mais cinco cidades da Diocese. Segundo a organiza&ccedil;&atilde;o do evento, cerca de 10 mil pessoas passaram pelo local durante os quatro dias.</p> <p> O palco da Igreja do Loanda recebeu grandes nomes da m&uacute;sica cat&oacute;lica como a Banda Exalta Cristo, a Banda Ecl&ecirc; que trouxe as m&uacute;sicas no estilo anos 60 e a Banda Tempo Sagrado que incendiou o p&uacute;blico de segunda-feira. O ponto alto do Rebanh&atilde;o foi marcado pelo show de encerramento com o cantor Cosme, que acompanhado pela Banda Disc&iacute;pulos, da cidade de Belo Horizonte, literalmente fez o p&uacute;blico &ldquo;tirar o p&eacute; do ch&atilde;o&rdquo;.</p> <p> Durante a tarde de ter&ccedil;a-feira (4) o cantor Cosme esteve na Igreja do Loanda para contar a sua trajet&oacute;ria de vida, a inf&acirc;ncia, o contato com as drogas e o momento de supera&ccedil;&atilde;o, onde encontrou o apoio da Igreja Cat&oacute;lica.</p> <p> <strong>Cosme &ndash; O Caveirinha</strong></p> <p> Jos&eacute; Cosme de Oliveira tem 53 anos, &eacute; natural do Rio de Janeiro, casado e pai de dois filhos. A inf&acirc;ncia ao lado dos 11 irm&atilde;os n&atilde;o deixou saudades. Durante seu testemunho contou o sofrimento vivendo com um pai violento e uma m&atilde;e sofrida. &ldquo;Eu nasci dentro do carro da pol&iacute;cia, o parto foi feito por um policial, minha m&atilde;e foi para o hospital segurando a placenta enquanto meu pai b&ecirc;bado ficou ca&iacute;do dentro de casa&rdquo;, disse.</p> <p> Da inf&acirc;ncia at&eacute; o in&iacute;cio da adolesc&ecirc;ncia aos 14 anos sua vida se resumiu em ver a m&atilde;e ser violentada pelo pai, passar fome chegando a comer restos do lixo, sendo que o pouco que conseguia ganhar carregando &aacute;gua no morro Cosme comprava carne e comida para sua casa, &ldquo;meu pai comia tudo o que eu comprava e eu dormia com fome&rdquo; relatou emocionado.</p> <p> Cosme contou que o pai o obrigava a se relacionar com prostitutas ainda crian&ccedil;a e que chegou a sofrer viol&ecirc;ncia sexual nas m&atilde;os dos amigos que o pai levava para casa. Aos 14 anos foi apresentado por um amigo a coca&iacute;na, &ldquo;esse amigo me ofereceu a droga a fim de acabar com as minhas dores e sofrimentos&rdquo; contou.</p> <p> A partir de seu primeiro contato com a droga, foi avi&atilde;o, vapor, embalador at&eacute; se tornar traficante, ap&oacute;s atirar nos dedos de um garoto de 10 anos, para conseguir o cargo. Assaltou, roubou, cortava cabelo de v&iacute;timas com canivete, feriu violentamente muitas delas, mandava matar, ajudou a fundar o Comando Vermelho e chefiava ao lado de traficantes famosos como o Escadinha e o Jo&atilde;o Gordo, as favelas de Vig&aacute;rio Geral e Parada de Lucas.</p> <p> &ldquo; Eu ganhava 30 mil por semana, tinha cinco mulheres, carros, todo o meu dinheiro vinha do tr&aacute;fico de drogas&rdquo; contou. A m&atilde;e, falecida h&aacute; 16 anos, sempre o apoiou, embora tamb&eacute;m sofresse com sua viol&ecirc;ncia. &ldquo; Eu sempre voltava para casa, as vezes batia na minha m&atilde;e, mas ela sempre me esperava com um abra&ccedil;o, roupa limpa, cama e comida quentinha&rdquo; relatou emocionado a vida com a m&atilde;e que tamb&eacute;m se tornou mission&aacute;ria.</p> <p> O pai eles acharam em uma casa de mendigos no Rio de Janeiro. O reencontro com pai ele contou que foi doloroso. &ldquo; Depois de tudo que ele me fez passar, ele n&atilde;o me permitia nem chorar, eu n&atilde;o tinha motivos para v&ecirc;-lo&rdquo; relatou o cantor que, mesmo assim foi de encontro ao pai, que veio a falecer na mesma noite do encontro ap&oacute;s se perdoarem, se abra&ccedil;arem e declararem seu amor um ao outro.</p> <p> <strong>A reviravolta</strong></p> <p> O momento da reviravolta na vida de Cosme foi durante a invas&atilde;o no morro. &ldquo; Todos fugiram, e eu desci o morro atirando, enfrentando duzentos policiais&rdquo; contou o ex-traficante que viu a morte muito pr&oacute;xima nesse momento, a sa&iacute;da foi pular de uma altura de 7 metros em queda livre dentro do esgoto, onde permaneceu mergulhado, at&eacute; a altura do nariz, de meia-noite at&eacute; &agrave;s 7 horas da manh&atilde;.</p> <p> &ldquo;Nesse momento nenhum bandido, avi&atilde;o, nenhuma das mulheres me tirou daquele po&ccedil;o de sujeira e lixo que eu estava nele, apenas um homem apareceu para me ajudar, e foi Jesus de Nazar&eacute;&rdquo; disse apontando para a imagem de Cristo no altar. Ele retornou ao Morro onde foi ridicularizado pelos traficantes que tentaram acabar de vez com sua vida.</p> <p> Ap&oacute;s esse epis&oacute;dio uma enchente devastou o local onde morava, e sua fam&iacute;lia perdeu tudo o que tinha. Eles foram acolhidos por membros da Igreja Cat&oacute;lica, pastorais e grupos de ora&ccedil;&atilde;o da regi&atilde;o. A partir da&iacute; ele procurou pela igreja, contou que mesmo sujo de esgoto foi recebido e abra&ccedil;ado fortemente por um amigo do grupo de ora&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Desde ent&atilde;o ele participou de semin&aacute;rios e todos os encontros oferecidos pela Igreja e pelo grupo de ora&ccedil;&atilde;o, at&eacute; que um dia entregou nas m&atilde;os do padre a sua arma e a coca&iacute;na que ainda tinha no bolso. &ldquo;Eu comi terra, comi papel, batia a cabe&ccedil;a na parede, dava volta correndo em casa, mas nunca mais me droguei, se a gente quiser a gente vence o pecado sim&rdquo; concluiu.</p> <p> Cosme se entregou a pol&iacute;cia e foi condenado a 11 anos de pris&atilde;o, cumpriu cinco e saiu por bom comportamento, nesse per&iacute;odo foi auxiliado pelos membros da Pastoral Carcer&aacute;ria e dentro do pres&iacute;dio concluiu o segundo grau. Hoje Jos&eacute; Cosme de Oliveira &eacute; Funcion&aacute;rio P&uacute;blico Federal da Casa Civil da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica. &Egrave; autor de 300 composi&ccedil;&otilde;es, j&aacute; gravou 4 cds pela Codmusic e h&aacute; 30 anos tornou-se mission&aacute;rio. Cosme fez a abertura do carnaval da rede Can&ccedil;&atilde;o Nova, participou de mais dois shows em S&atilde;o Paulo, um em Nova Lima encerrando no Rebanh&atilde;o em Jo&atilde;o Monlevade.</p> <p> Ao final da entrevista ele fez quest&atilde;o de deixar uma palavra de &acirc;nimo. &ldquo;N&atilde;o deixe que nada, e principalmente a droga venha querer ditar como ser&aacute; a sua vida. S&oacute; Deus &eacute; liberdade e com ele poder&aacute;s viver plenamente, viver na felicidade que tem buscado, seja feliz sem pecado&rdquo; concluiu. &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</p> <p style="text-align: right;"> <em>Texto e fotos: Elisa Oliveira</em></p>

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