Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

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23/02/2014 17h16

Ver?o sem chuvas aumentar? nos pr?ximos anos, diz Inpe

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<p> A falta de chuvas em pleno ver&atilde;o se tornar&aacute; cada vez mais frequente no Brasil nos pr&oacute;ximos anos, alertou o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espacial (INPE), Gilvan Sampaio. A raz&atilde;o &eacute; o aumento da temperatura em todo o globo terrestre, o que tende a potencializar a intensidade dos eventos clim&aacute;ticos no futuro. &quot;Os extremos clim&aacute;ticos se tornar&atilde;o muito mais frequentes daqui para frente&quot;, afirmou Sampaio.</p> <p> O especialista participou na semana passada de um evento organizado pela Coppe/UFRJ sobre o impacto dos extremos clim&aacute;ticos para o setor el&eacute;trico. Como o sistema el&eacute;trico brasileiro &eacute; predominantemente hidroel&eacute;trico, o pesquisador chamou aten&ccedil;&atilde;o para a import&acirc;ncia de o setor estar preparado para lidar com as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. &quot;Como o setor vai conviver com maior variabilidade clim&aacute;tica? Os extremos clim&aacute;ticos ser&atilde;o mais frequentes. Quando chove, chove com maior intensidade. O per&iacute;odo seco ser&aacute; mais prolongado e intenso. Essas quest&otilde;es precisam ser incorporadas na opera&ccedil;&atilde;o das hidrel&eacute;tricas brasileiras&quot;, afirmou.</p> <p> O aumento das temperaturas tem colocado em xeque uma m&aacute;xima conhecida entre os especialistas em meteorologia, de que no Brasil o ver&atilde;o &eacute; chuvoso e o inverno, seco. Em 2014, tem ocorrido o oposto, com o ver&atilde;o extremamente seco. A causa &eacute; um bloqueio atmosf&eacute;rico formado por uma massa de ar quente e seca, que tem impedido o avan&ccedil;o das frentes frias causadoras das chuvas.</p> <p> Sampaio explicou que, normalmente, esse sistema de alta press&atilde;o se forma no meio do oceano Atl&acirc;ntico. Por&eacute;m, essa massa se posicionou mais pr&oacute;xima ao continente desta vez. Al&eacute;m de impedir as chuvas, o sistema de alta press&atilde;o se caracteriza por temperaturas elevadas, como pode ser observado nos sucessivos recordes de temperaturas registrados nas principais cidades brasileiras nas &uacute;ltimas semanas, o que tem impulsionado o uso de ar-condicionado.</p> <p> A ocorr&ecirc;ncia desse fen&ocirc;meno gera o aumento da temperatura dos oceanos, intensificando o processo de evapora&ccedil;&atilde;o. Com isso, nuvens mais profundas s&atilde;o formadas e, uma vez &quot;furado&quot; o bloqueio atmosf&eacute;rico, chuvas mais intensas ocorrem. No fim de semana passado, uma frente fria conseguiu superar a massa de ar quente e seca, ocasionando chuvas no Sul e no Sudeste. Em alguns munic&iacute;pios no interior de S&atilde;o Paulo, as chuvas foram t&atilde;o fortes que pontos de alagamentos foram registrados, obrigando fam&iacute;lias a deixarem as suas casas.</p> <p> Contudo, o especialista afirmou que a massa de ar quente e seca voltar&aacute; a ganhar for&ccedil;a nas duas pr&oacute;ximas semanas, elevando novamente as temperaturas. &quot;A expectativa &eacute; que, em mar&ccedil;o, o bloqueio atmosf&eacute;rico se dissipe. Mas a&iacute; s&oacute; estar&aacute; restando um m&ecirc;s de chuvas&quot;, afirmou. A falta de chuvas, aliada ao consumo elevado de energia, contribuiu para reduzir significativamente o n&iacute;vel dos reservat&oacute;rios das hidrel&eacute;tricas. Os reservat&oacute;rios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o maior e mais importante do Pa&iacute;s, operam com 35,5% da capacidade, menor n&iacute;vel desde 2001.</p> <p> O pesquisador do Inpe disse que os modelos meteorol&oacute;gicos mostram uma mudan&ccedil;a no comportamento das chuvas. Em termos de volume, n&atilde;o h&aacute; nenhuma altera&ccedil;&atilde;o significativa, exceto no poss&iacute;vel aumento das precipita&ccedil;&otilde;es na regi&atilde;o Sul (especialmente no Rio de Grande do Sul). Contudo, o que se projeta s&atilde;o chuvas cada vez mais intensas e concentradas, com longos per&iacute;odos sem chuvas e temperaturas mais altas. &quot;Epis&oacute;dios o como do Esp&iacute;rito Santo no fim do ano passado ou de Petr&oacute;polis h&aacute; dois anos se tornar&atilde;o cada vez mais comuns&quot;, comentou.</p> <p> Sampaio afirmou que, com o aumento de temperatura, em regi&otilde;es do Pa&iacute;s com alta disponibilidade h&iacute;drica, as chuvas tendem a ser cada vez mais fortes, tendo em vista a intensifica&ccedil;&atilde;o do processo de evapora&ccedil;&atilde;o. Em regi&otilde;es com menor disponibilidade h&iacute;drica, o movimento &eacute; o inverso e a tend&ecirc;ncia &eacute; de as secas se tornarem cada vez mais severas. &quot;Al&eacute;m disso, observa-se que a frequ&ecirc;ncia de dias e noites mais frias est&aacute; diminuindo, enquanto est&aacute; aumentando a frequ&ecirc;ncia de dias e noites mais quentes&quot;, explicou.</p> <p> O aumento de temperatura tamb&eacute;m favorece a forma&ccedil;&atilde;o de bloqueios atmosf&eacute;ricos, como o observado atualmente. &quot;A frequ&ecirc;ncia de bloqueios como o atual pode aumentar, mas n&atilde;o sabemos qual o per&iacute;odo de recorr&ecirc;ncia. Em vez de ocorrer, por exemplo, a cada 40 anos, isso pode ocorrer a cada 30 anos, 20 anos ou 10 anos. N&atilde;o sabemos exatamente&quot;, argumentou o pesquisador do Inpe.</p> <p> Sobre a situa&ccedil;&atilde;o atual, Sampaio afirmou que os dados meteorol&oacute;gicos n&atilde;o apontam para a forma&ccedil;&atilde;o da chamada Zona de Converg&ecirc;ncia do Atl&acirc;ntico Sul, caracterizada por chuvas intensas e constantes. &quot;Apostar que em mar&ccedil;o ir&aacute; chover em n&iacute;vel suficiente para compensar a falta de chuvas em janeiro e em fevereiro &eacute; bastante arriscado. N&atilde;o h&aacute; nenhuma indica&ccedil;&atilde;o de que est&aacute; sendo formada essa zona de converg&ecirc;ncia, que faria chover por seis ou sete dias seguidos&quot;, afirmou.</p> <p align="right"> <em>Com informa&ccedil;&otilde;es Uai</em></p>

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