Bom Dia - O Diário do Médio Piracicaba

notícias

27/11/2013 19h00

Um pa?s na seca

Compartilhe
<p> Amigos, d&ecirc;em um pulinho l&aacute; no Jap&atilde;o. A meca das bugigangas tecnol&oacute;gicas &eacute; uma terra arrasada quando o assunto s&atilde;o relacionamentos. Tanto que o pa&iacute;s assiste ao envelhecimento acelerado da popula&ccedil;&atilde;o, condi&ccedil;&atilde;o extraordin&aacute;ria para o abismo econ&ocirc;mico. At&eacute; o final desse s&eacute;culo, a expectativa &eacute; que o n&uacute;mero de japoneses diminua pela metade. A antiga terra do sol nascente &eacute; hoje um poente dragado pela plasticidade inerte da ultramodernidade.</p> <p> Eles t&ecirc;m de tudo, os celulares mais avan&ccedil;ados, os games mais irados, m&aacute;quinas fotogr&aacute;ficas equipadas com raio X, incont&aacute;veis esp&eacute;cies de Tamagotchi (s&oacute; quem tem mais 30 saber&aacute;), televis&otilde;es de 957 mil polegadas que te d&atilde;o um tapinha na bunda, enfim, tudo que a invencionice tarada p&ocirc;de inventar. Por&eacute;m, a turma dos olhos puxados n&atilde;o t&ecirc;m colh&otilde;es para suportar um lance maroto.</p> <p> O assunto da coluna foi capturado de um document&aacute;rio produzido pela Vice (www.vice.com), organiza&ccedil;&atilde;o jornal&iacute;stica que hoje pratica a vanguarda da arte de congelar a hist&oacute;ria. J&aacute; no in&iacute;cio da baga&ccedil;a, intitulada &quot;A Ind&uacute;stria do Amor Japonesa&quot;, a frase cortante &eacute; jogada: os japoneses passam cada vez menos tempos juntos (n&oacute;s tamb&eacute;m?) e n&atilde;o se preocupam em dar aquela &quot;fofadinha&quot;, muito menos em ter filhos. Uma civiliza&ccedil;&atilde;o milenar, que j&aacute; foi um imp&eacute;rio de respeito, est&aacute; sendo apagada pela superexposi&ccedil;&atilde;o &agrave; tecnologia.</p> <p> Pesquisas do governo calculam que 50% das mulheres e 60% dos homens entre 18 e 34 anos est&atilde;o chupando os dedinhos por l&aacute;, solteirinhos da Silva, e pior, eles n&atilde;o desejam mudar de estado civil. Na verdade, a arte da dedada &eacute; muito praticada em solo japon&ecirc;s, por&eacute;m, direcionada para as telas touchscreen. A venda de camisinhas por aquelas bandas sugere ser um p&eacute;ssimo neg&oacute;cio.</p> <p> &quot;N&atilde;o tenho espa&ccedil;o para um namorado&quot;, lasca a bonitinha de olhos marotos. Aqui, mais um dificultador: a sociedade patriarcal e machista japonesa vivencia, como nunca dantes, o fortalecimento do g&ecirc;nero feminino. As mulheres agora trabalham, ganham uma grana supimpa e n&atilde;o querem mais saber de se dedicar ao saqu&ecirc; do marido, se &eacute; que me entendem.</p> <p> Problema tamb&eacute;m &eacute; a gera&ccedil;&atilde;o de machos de saco murcho criada no Jap&atilde;o. A rapaziada por l&aacute; &eacute; meio t&iacute;mida, sem paci&ecirc;ncia para o galanteio guloso. Assim, os mo&ccedil;oilos de negros cabelos escorridos recorrem a equipamentos como namoradas virtuais - nesse caso, personagens virtuais mesmo, diferente daqui, onde a turma se relaciona via internet. &quot;Prefiro comprar coisas, brinquedos, jogar carta&quot;, mata-me do cora&ccedil;&atilde;o um jovem ostentando aquele maravilhoso bon&eacute; de aba de reta.</p> <p> Bem, era de se imaginar que, nesse deserto da goza&ccedil;&atilde;o, onde as pessoas t&ecirc;m s&eacute;rios problemas de sociabilidade, os puteiros tivessem certo espa&ccedil;o. No Jap&atilde;o, uma esp&eacute;cie de casa de toler&acirc;ncia &eacute; muito procurada, mas n&atilde;o nos moldes do famoso Chuchu, onde h&aacute; algum tempo nosso amigo quase p&ocirc;s abaixo as finas paredes do estabelecimento devido ao apetite cavalar com que se aventurava entre pernas alheias.</p> <p> &quot;Num pa&iacute;s que transforma tudo em mercadoria, sexo vende e os japoneses est&atilde;o comprando&quot;, arremata o document&aacute;rio. Bem, antes de chegarmos ao coito, deixem-me contar uma coisa: no Jap&atilde;o, s&atilde;o muito procuradas as putas do carinho.</p> <p> Isso mesmo, existe um modelo de zon&atilde;o japon&ecirc;s no qual o sujeito se deita em um quarto com decora&ccedil;&atilde;o infantil, espera a chegada da mocinha e escolhe o carinho que quer receber, tais como cafun&eacute; na orelha, acolhida no colinho, encarada olho no olho, chamego na nuca, enfim, todas as car&iacute;cias supostamente inocentes que o mundo conhece. O sujeito paga para receber uma boa dose de aten&ccedil;&atilde;o materna. Haja car&ecirc;ncia a ser suprida!</p> <p> Falando dos zon&otilde;es tradicionais, eles existem e s&atilde;o controlados pela Yakuza, a m&aacute;fia de olhos puxados, organiza&ccedil;&atilde;o que deve guardar os &uacute;ltimos exemplares de homens existentes naquele pa&iacute;s.</p> <p> &Agrave; parte as maledic&ecirc;ncias, o que se v&ecirc; hoje no Jap&atilde;o, um pa&iacute;s onde fraldas geri&aacute;tricas s&atilde;o mais vendidas que fraldas infantis, serve como um estridente alerta. Por l&aacute;, tudo come&ccedil;ou quando o primeiro maluco preferiu teclar na mesa do restaurante a colocar a prosa em dia com o pr&oacute;ximo. Por aqui, o est&aacute;gio da pira&ccedil;&atilde;o ainda &eacute; embrion&aacute;rio.</p> <p> Sorte que ainda n&atilde;o dispomos de internet de 10 mil megabytes e nem de rob&ocirc;as na prateleira do supermercado, se me permitem o neologismo infeliz. Pras bandas de l&aacute;, j&aacute; existe sujeito usando isso ao inv&eacute;s de sentir o suor cansado de uma dama.</p> <p> Bem, s&oacute; h&aacute; uma solu&ccedil;&atilde;o: o retorno dos ninjas rompedores, que distribu&iacute;ram espadadas a rodo nessa turminha sem gra&ccedil;a. Deus tome conta!</p> <p> Contato: thobiasalmeida@gmail.com</p>

Bom Dia Online- Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.

by Mediaplus