14/01/2014 22h49
Construtoras fazem corrida ?s compras para duplica??o da Rodovia da Morte
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As construtoras que tocarão a duplicação da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares já começaram a se movimentar para iniciar as obras. Apesar de a data da assinatura da ordem de serviço ainda não ter sido confirmada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) nem pela Presidência da República, as empresas estão comprando material e equipamentos e organizando equipes de trabalho para ingressar nos canteiros assim que a autorização para a largada for dada. Na semana passada, um grupo de representantes das construtoras foi a Ipatinga para conhecer fornecedores. Outras reuniões estão marcadas até o fim do mês.</p>
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Com o sinal verde concedido pela Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais em dezembro (leia memória), a expectativa das construtoras era de que a ordem de serviço para as obras fosse assinada pela presidente Dilma Rousseff já nos primeiros dias do ano. Nos bastidores, entretanto, a informação é de que o governo federal tende a dar a autorização somente em abril, quando as empresas deverão estar com os canteiros de obras e projetos executivos prontos para iniciar a duplicação. Diante do suspense, parlamentares da bancada de Minas Gerais na Câmara dos Deputados marcaram reuniões nesta semana no Dnit para saber sobre o planejamento do governo para a assinatura da ordem.</p>
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Na semana que vem, fornecedores vão se reunir em Belo Horizonte com a Construtora ECB, encarregada da obra no trecho 7, que vai do Rio Una, em São Gonçalo do Rio Abaixo, ao município de Caeté. O encontro está sendo organizado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). No evento, marcado para o dia 23 dentro do Projeto Compre Bem, as empresas interessadas em fornecer material para a obra apresentarão seus produtos. “Em vez de visitar as empresas uma a uma, o comprador conhece todos os fornecedores em um mesmo dia, em horários preestabelecidos”, explica Julimar Barbosa Silvestre, coordenador de Núcleo da Gerência de Promoção de Negócios da Fiemg.</p>
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“As construtoras já estão se organizando e nos repassaram suas demandas para a execução e andamento das obras. Identificamos cerca de 100 fornecedores em Minas Gerais, o que dará às empresas opção para escolher material de qualidade e estimulará a concorrência entre os produtores”, explica Cláudio Veras, consultor do movimento empresarial Nova 381. Duas outras construtoras também agendaram encontros com fornecedores, que acontecerão entre o fim deste mês e o início de fevereiro. Entre os itens que serão comprados para o início da obra estão explosivos, materiais de construção e equipamentos. Também será contratado serviço de retirada de árvores.</p>
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A duplicação dos oito lotes já licitados da via que ficou conhecida como Rodovia da Morte pelo alto número de acidentes fatais envolverá cerca de 1.220 máquinas e equipamentos, 29.120 toneladas de aço e 48,2 quilômetros de metros cúbicos em terraplenagem. Está prevista a contratação de 5.729 trabalhadores, o que demandará a oferta de cerca de 14 milhões de refeições durante a obra. Outros três lotes que não tiveram vencedores – dois entre Caeté e BH e um entre Nova Era e João Monlevade – devem ser relançados até abril.</p>
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<strong>Memória Sinal verde</strong></p>
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Em 13 de dezembro, a duplicação da BR-381 recebeu sinal verde da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que concedeu licença ad referendum para o início das obras, depois de entrar em acordo com o Ministério Público. Um dia antes, o MP, que integra o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), havia pedido vista por 30 dias do processo de licenciamento ambiental, previsto para ser analisado naquela data. Na época, o secretário de Meio Ambiente, Adriano Magalhães, afirmou que a intenção do governo do estado foi contribuir para o início rápido da duplicação e explicou que autorização não interfere na análise do MP. “Agora não tem mais desculpa”, disse ele. A reunião do Copam que deverá referendar a autorização dada pela secretaria ocorrerá em fevereiro, em data ainda não marcada. O empreendimento já conta com licença prévia desde 2007.</p>